Lagoa da Ervedeira subiu mais de dois metros nos últimos meses

Desde o final de Setembro, os Amigos da Lagoa da Ervedeira, auxiliados por voluntários, têm trabalhado na limpeza dos canais que alimentam o corpo de água localizado na freguesia do Coimbra, a meia-dúzia de quilómetros da praia do Pedrógão (Leiria).

Estas vias de alimentação e escoamento têm estado ao abandono, ficando obstruídas e mesmo desaparecendo, desde que cada vez mais agricultores abandonam a atividade.

A destruição da mata no incêndio de 2017 e a plantação de eucaliptos (inclusivamente aprovada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), também não ajuda a manter a lagoa com níveis saudáveis de água.

“Começámos com a limpeza em 2014, num ano muito chuvoso, mas com a seca, com os fogos e com os helicópteros de combate a incêndios a virem abastecer na lagoa, o nível da água tem baixado. Este ano, contudo, notámos uma subida de 2,5 metros”, conta Virgílio Cruz, dos Amigos da Lagoa da Ervedeira.

Com mais linhas de água a correr para a lagoa, o nível tem subido, após, no Verão passado, ter estado abaixo daquilo que quem frequenta o local para banhos estava habituado.

Simultaneamente, os Amigos da Ervedeira, o Município de Leiria e voluntários têm plantado árvores autóctones, para substituir as que foram destruídas pelo fogo, há quatro anos, na tentativa de recriar o coberto vegetal que protege o espaço da ação do mar e do sol.

Há um ano, foram colocadas 650, que, devido ao calor do Verão, quase se perderam.

Valeu a intervenção do grupo de amigos, de voluntários, com o apoio da Junta de Freguesia, que começaram a fazer regas periódicas e conseguiram salvar 240.

“Com a ajuda da Câmara de Leiria, que forneceu novas árvores, temos agora quase 900 plantadas”, diz Virgílio Cruz que aconselha a que, devido às alterações climáticas, as ações de reflorestação passem a ser realizadas entre Novembro e Dezembro, para dar “uma chance às pequenas árvores de se prepararem para os meses de maior calor e menos chuva”.

Outra das ações que têm decorrido é o combate às acácias. É uma guerra muito difícil de ganhar, que nunca acaba, uma vez que esta espécie invasora é uma sobrevivente nata e muito resistente. “Esperamos que a pandemia acabe para realizar uma grande ação de limpeza das acácias e mimosas.”

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